domingo, 5 de agosto de 2012

Posicionamento da maçonaria frente à "Partícula de Deus"




(Imgem de experiências no LHC)
A partir de 04.07.2012 a euforia tomou conta da comunidade científica mundial.

É que naquela data físicos da Organização Européia para Pesquisa Nuclear (CERN) anunciaram que haviam encontrado o Bóson de Higgs, a partícula sub-atômica mais procurada do mundo, elemento chave para desvendar o mistério que envolve a criação de universo.


O achado científico ocorreu por meio de experiências levadas a efeito no Grande Colisor de Hádrons – LHC, sigla em inglês de Large Hadron Collider.


O LHC da CERN é o maior acelerador de partículas e o de maior energia existente do mundo. O laboratório está localizado em um túnel de 27 km de circunferência, a 175 metros abaixo do nível do solo na fronteira franco-suíça, próximo a Genebra.

Foi instalado em 2010, a um custo estimado de 10 bilhões de dólares, projeto que poderá chegar a 20 bilhões de euros.
Alguns cientistas acreditam que esse poderosíssimo equipamento pode vir a provocar uma catástrofe de dimensões globais, abrindo um buraco negro que acabaria por destruir a Terra.
Quanto ao Bóson, este foi teorizado há 40 anos, pelo físico inglês Peter Higgs, hoje com 83 anos de idade o qual, em vida, recebe com grande entusiasmo os louros de sua descoberta. Seria uma das 17 partículas sub-atômicas, esta ainda desconhecida, integrante do Modelo Padrão, sistema idealizado pelos pesquisadores para estudo da teoria do átomo, atuante sobre toda a matéria e energia do universo.

(Peter Higgs sorri para o mundo)
Registre-se, todavia, que ainda não há uma comprovação definitiva se a nova partícula detectada pelo LHC é realmente o Bóson de Higgs. 
Se verdadeira, admitem os cientista que o mundo poderá sofrer transformações jamais imaginadas, abalando, inclusive, conceitos de religião, da metafísica e do sobrenatural.

(O "Dedo de Deus", de Miquelângio" - Capela Sistina, Vaticano)
O ateísmo está na moda.
Um grupo de cientistas que se filia a essa corrente, e portanto se contrapõem à teoria da criação divina, prenunciam grandes reveses para a Igreja, caso o Bóson de Higgs venha a se confirmar.

Nada obstante, há cientistas crentes que consideram ciência e religião plenamente conciliáveis.


Perguntado, certa vez, se acreditava em Deus, o maçom Albert Einstein respondeu:

“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe”

Já o físico americano Lawrence Krauss disse em recente entrevista à revista Época (04.04.12) que “os milagres se tornaram obsoletos”.

Perguntado se Deus se tornou irrelevante para a humanidade, respondeu:
“Porque eu penso que Deus é uma invenção da humanidade, minha resposta é não. Se existisse um Deus, ele certamente teria deixado de se preocupar com os desígnios do cosmos logo depois de criá-lo, há 13,7 bilhões de anos, pois tudo o que aconteceu desde então pode ser explicado pela ciência. Não, Deus talvez não seja irrelevante. Ele é redundante’
Rebecca Goldstein, doutora em filosofia pela Universidade de Princeton e pesquisadora na área de psicologia em Harvard (EUA), conhecida como a “atéia com alma”, em entrevista à revista Veja se posiciona com equilíbrio e sem radicalismo nas discussões sobre ateus e religiosos:
"Os ateus têm que acabar com o pedantismo. Eles não têm que ensinar como as pessoas religiosas devem pensar",
e
"As pessoas religiosas têm que parar de pensar que ateus são imorais e não sabem a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado".

A Maçonaria não se imiscui em questões religiosas, mas tem como desiderato maior a busca da verdade. Por isso, terá grande interesse em estudar e acompanhar o avanço da ciência e das novas tecnologias que dela advirão, como sempre o fez, a partir da concepção da filosofia iluminista.

Quanto ao nome de Partícula de Deus, atribuída à descoberta de Higgs, não há qualquer conotação de religiosidade.

Trata-se de uma simples jogada de marketing.

O norte-americano Leon Lederman, Prêmio Nobel de Física em 1988, ao escrever o livro para leigos sobre a partícula (inédito no Brasil), deu-lhe o título original de “Maldita Partícula”, em função das dificuldades de sua comprovação.


Por sugestão dos editores, acatou a idéia de mudá-lo para “Partícula de Deus”, por se tronar mais palatável e despertar maior atenção pelos leitores.


(Matéria publicada no Boletim Institucional nº 3 da Academia Piauiense de Mestres Maçons, de Teresina, edição de 30.07.12.


Publicado por: Narciso Monte

T.'.F.'.A.'.
Serjão Carvalho .'.

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