terça-feira, 7 de setembro de 2010

Roupas e hábitos

Será dado destaque, a partir deste momento, à roupagem das ordens militares: seus hábitos, cruzes e insígnias.

A roupa tem como papel principal indicar o lugar de um indivíduo no seio de um grupo e o lugar desse grupo no seio da sociedade. Naturalmente isso era válido para as ordens religiosas. (PASTOREAU, 1987, p. 32).

Os primeiros Templários não gostavam de vestir roupas laicas e serem assim confundidos com os Cavalheiros seculares. Sua regra determinava que portassem um hábito branco (já que a simbologia dessa cor nos remete ao sentimento de paz quase que imediatamente), o que o Papa Alexandre III homologou em 1664, pois era preciso distinguir o hábito das outras roupas. Por hábito se designava, em uma Ordem religiosa, a roupa exterior: a cappa, manto fechado com capuz (cogula), ou o manto aberto, que chamamos capa. As roupas são o resto, camisas, cuecas, veste, sobrecota, etc.

As roupas revelavam a duplicidade: religiosa e militar. No convento, trajavam manto e, fora deste, os irmãos deviam portar o hábito – cappa monástica fechada ou manto aberto, a ser vestido por cima da roupa ou armadura e solenemente entregue àquele que faz profissão de fé, por ocasião de seu ingresso em uma ordem militar. A atribuição de um hábito específico a cada ordem remonta a sua própria origem, ainda que essa questão não seja clara para o Templo. Podemos dizer que as variações das vestimentas seriam mudanças no eixo paradigmático, decorrentes de necessidades circunstanciais, mantendo-se o eixo sintagmático inalterado, já que a mensagem de diferenciação social se mostraria de forma clara, a qualquer um com capacidade de decodificá-la.

Guilherme de Tiro escreve que o manto branco foi atribuído aos templários no concílio de Troyes, ao passo que a regra, redigida nesse mesmo concílio, diz que já o portavam: abusos constatados no uso desse hábito branco de fato levaram os padres do concílio a limitá-lo apenas aos cavaleiros; todos os outros, e, sobretudo os familiares da ordem (co-irmãos, cavaleiros serventes temporários), só poderiam vestir um manto preto ou um burel (cinzento-roxo). No caso do Templo, bem como de todas as outras Ordens militares, o hábito devia ser de uma cor uniforme.(TIRO, 1986, p.188).

A diferença entre cappa e cogula monástica, de um lado, e manto, de outro, é acentuada pela a associação de escapulário a primeira e, da insígnia, ao segundo. O costume da cruz do cruzado foi o laboratório da insígnia medieval. É preciso buscar nas ordens militares representativas do ideal da Cruzada, para encontrar as primeiras definições de uma insígnia religiosa que iriam vincular ao manto. A Regra do Templo não mencionava insígnia; os Templários só começaram a costurar no manto uma cruz vermelha, depois de terem recebido autorização do Papa Eugênio III, em 27 de abril de 1147; porém, os Templários teriam conservado a insígnia, como os cônegos do Santo Sepulcro durante um certo tempo.

Só pode se tratar então da cruz patriarcal de duas travessas e não da cruz de Jerusalém.Cruz potentéia cantonada de quatro cruzetas não potentéias, que se tornaria à cruz dos cavaleiros do Santo Sepulcro no século XIV, depois da ordem dos cavaleiros do Santo Sepulcro mais tarde.(GENNES, 1995, p. 147).

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